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sábado, 14 de julho de 2018

[Resenha] Tudo e todas as coisas- Nicola Yoon
julho 14, 20180 Comments


Tudo e todas as coisas || Páginas 270 || Autora: Nicola Yoon || Editora: Arqueiro || nota: 4,5/5


    Madeline Whittier é portadora de IDCG (Imunodeficiência combinada grave), ou seja sua imunidade é muito baixa, sendo assim Maddy está despreparada para o contato com o mundo fora de  sua casa, que é um ambiente controlado onde ela vive com sua mãe que é também sua médica e Carla, sua enfermeira.

     Maddy está completando dezoito anos, ela escreve pequenas resenhas de livros para passar tempo, além do seu curso de arquitetura pela internet. Ela é bem-conformada com sua situação. Só que isso muda quando uma família se muda para a casa ao lado, e ela vê Olly, um garoto que tem mais ou menos a sua idade; A amizade pela internet aos poucos vai se tornando insuficiente, então ela decide “viver” pelo menos uma vez,  se arriscando e lutando contra as limitações de sua doença.

    Tudo e todas as coisas é narrado em primeira pessoa, possuí alguns clichês, o livro também tem algumas ilustrações, listas, definições de emoções e mensagens trocadas entre Maddy e Olly o que faz com que o leitor se sinta mais próximo de Maddy, com esses recursos a leitura do livro se torna mais leve e fluida.

    É importante ver que ao longo do livro Maddy vai amadurecendo, mostrando aos poucos quem ela realmente é, não se importando com as limitações de sua doença, ao lado de Olly ela sonha e aos poucos vai descobrindo sentimentos novos, passando por experiências tão simples como um aperto de mão que antes era algo impensável para ela.


“Ele apoia a testa contra a minha. Seu hálito é quente contra o meu nariz e bochechas. E levemente doce. O tipo de doce que faz você querer mais. — É sempre assim? — pergunto, ofegante. — Não — diz ele. — Nunca é assim. — Percebo o encantamento na voz dele.E, assim, tudo muda.”
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domingo, 8 de julho de 2018

[Resenha] Insaciável - Meg Cabot
julho 08, 20180 Comments


  Páginas: 504 || Autora: Meg Cabot || Editora: Galera Record || nota: 4/5

SinopseMeena Harper é uma roteirista de diálogos da novela Insaciável, há anos no ar. O sucesso da novela concorrente, Luxúria, devido à inserção da temática vampírica ao enredo da trama, acaba forçando Insaciável a aderir à moda também, para a infelicidade de Meena, que já está esgotada de ouvir falar sobre vampiros. Paralelamente, o misterioso assassinato de quatro garotas em Nova Iorque  acaba por trazer o sombrio Lucien Antonesco à cidade para brecar os verdadeiros culpados, ocultos pela mídia, pelos brutais atos às jovens e Meena, mesmo com sua paranormal capacidade de prever a morte dos outros, jamais poderia prever em que resultaria seu inesperado encontro com o príncipe Romeno.

Com diálogos rápidos e bem elaborados, Insaciável é um livro prazeroso de se ler. E escrito em 3° pessoa, há muitas trocas de pontos de vista, em que sabemos como Meena e cada personagem próximo a ela se sente. 
Misturando tanto chic lit como sobrenatural, a obra mostra personagens bem desenvolvidos e com uma boa lógica por trás. Meena, nome em homenagem a tia-avó que se chamava Wilhelmina (que é uma referência a Drácula de Bram Stocker), é uma personagem de inteligência e beleza comum que tenta ajudar o máximo de pessoas que pode com seu dom de prever a morte. No entanto, um dos únicos que Meena não consegue prever a morte é Lucien, e depois descobre o porquê: ele já está morto porque é um vampiro. 
Misterioso e intenso, Lucien parece ser um típico clichê (como todos os personagens vampiros), mas, ele possui defeitos perceptíveis que tira essa ideia, pois Meg se apegou a isso: criou uma história aparentemente clichê, mas que na verdade não é, pois a história segue rumos diferentes do que imaginamos.



Ao contrário de Lucien, temos Alaric Wulf, um caçador de vampiros que está determinado a matar o “príncipe das trevas” (Lucien). 
O que eu achei diferente na escrita de Meg Cabot foi o seu humor satírico usado até nas situações mais controversas, assim como a criação de personagens consistentes e únicos. 
Eu normalmente não aprecio livros que focam mais em falas do que na ação e realmente achei o livro um pouco chato no começo, mas logo ele conquistou meu coração e eu entrei na rotina da vida de Meena e nas surpresas que vinheram depois
Recomendo esse livro se você gosta de personagens bem construídos, diálogos rápidos e bem elaborados e com temática de vampiros (e caçadores de vampiros)! Embora não haja muita química entre o casal principal, isso não impede de gostar a história.

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sábado, 30 de junho de 2018

[Resenha] Conto amor, do livro laços de família - Clarisse Lispector
junho 30, 20180 Comments



Olá a todos! Trouxe hoje uma breve resenha sobre o conto "Amor" de Clarisse Lispector. Espero que gostem!

RESENHA
"Amor" é um dos treze contos presentes no livro "Laços de Família" de Clarice Lispector, foi lançado no ano de 1960 pela Editora Francisco Alves. Os contos são curtos e focados na busca dos personagens por um equilíbrio.
No conto "Amor" Ana, a personagem principal, é casada, tem dois filhos e é dona de casa; Sua família possui uma certa estabilidade: não possuem muito, mas o que precisam. Logo no começo do conto Ana se mostra uma pessoa “realizada” por ser útil à sua família, mas o autor mostra logo em seguida que ao longo do dia chega uma “hora perigosa" quando suas tarefas domésticas estão prontas, seus filhos estão na escola e o marido trabalhando ela tem que ser ela mesma, ela sente um vazio, e não sabe como explicá-lo.
Quando Ana está em um bonde, voltando do mercado para preparar um jantar para alguns convidados, ela vê um cego mascando chicletes e aquele ato mecânico acaba perturbando-a, o que faz com que ela caia e quebre os ovos em sua bolsa (para alguns a quebra dos ovos possui um significado no contexto do conto) e perca o seu ponto. Ana acaba descendo em um ponto diferente, que a leva para um jardim botânico. Tentando voltar para sua casa entra nesse jardim, e lá acaba passando horas se questionando porque o encontro com o cego a deixou tão desestabilizada. Começa a reparar em tudo a sua volta de uma maneira diferente, mais vívida, mais intensamente.
O encontro com o cego fez com que ela saísse de sua “zona de conforto”, começa a ver o mundo a sua volta; Há pessoas que falam que ela viu no cego ela mesma, pois a vida dela também é um movimento mecânico no escuro, o que ela acaba percebendo e tendo um momento e epifania.
Logo depois ela “acorda” e vai para a casa, quando chega seu filho lhe dá um abraço, mas ela acaba apertando ele muito forte e pede para que ele não deixe ela esquecê-lo, o que mostra a tentativa desesperada dela de conter a mudança que deseja para não perder sua família.
No final do conto, depois do jantar para os convidados, Ana está na janela divagando quando seu marido reclama de um acidente com o fogão deles que já apresentava problemas. Isso a faz despertar e ir ver o ocorrido. Preocupada, ela lhe fala que não quer que nada de ruim aconteça com ele, que estende a mão lhe chamando para o quarto e ela aceita, mostrando pela segunda vez a sua escolha de viver a sua família.
O conto como na maioria das obras de Clarice apresenta várias interpretações, o leitor tem que estar preparada para essa leitura, que não é algo que se lê correndo, é bom que reserve um tempo e esteja preparada para à leitura.

Escrito por: Poliana 

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sexta-feira, 22 de junho de 2018

[Resenha] The Kiss of Deception (Crônicas de amor e ódio #1) - Mary E. Pearson
junho 22, 20180 Comments


Gênero: Ficção, literatura fantástica 
Editora: DarkSide Books 
Páginas: 406 
Classificação: 4.5/5

SINOPSE
Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro?
Quando se vê refugiada em um pequeno vilarejo distante o lugar perfeito para recomeçar ela procura ser uma pessoa comum, se estabelecendo como garçonete, e escondendo sua vida de realeza. O que Lia não sabe, ao conhecer dois misteriosos rapazes recém-chegados ao vilarejo, é que um deles é o príncipe que fora abandonado e está desesperadamente à sua procura, e o outro, um assassino frio e sedutor enviado para dar um fim à sua breve vida. Lia se encontrará perante traições e segredos que vão desvendar um novo mundo ao seu redor.
           
RESENHA      
Admito que sempre deixava The Kiss of the deception “para depois”, mas finalmente decidi iniciar a leitura. E Mary E. Pearson conseguiu superar minhas expectativas com essa obra. Ela nos mostra um mundo completamente novo com culturas, deuses e questões políticas diferentes – mesmo esse último sendo um assunto pouco explorado nesse primeiro livro.
Embora o início seja arrastado é uma leitura que com o tempo se torna leve e gostosa, e não tem como não ficar curioso ao decorrer da narrativa.
É escrito em primeira pessoa, a maioria das vezes narrado por Lia, e com isso é fácil compreender seus anseios e seus motivos por fugir de um casamento arranjado, afinal, ela nunca tinha visto o noivo.

“Certeza? Meu peito estava esmagado com a dor, uma dor tão profunda e real que me levou a imaginar se corações era literalmente capazes de se partir”.

Lia passa por várias situações ao longo da trama que a fazem evoluir. No início, ela é apenas uma princesa fugindo de um casamento arranjado, em busca de um amor verdadeiro e de uma vida simples, longe o bastante da realeza, mas percebemos o amadurecimento da personagem, a responsabilidade que ela adquire e o seu desejo por justiça aumentar cada vez mais que lemos o livro.




Também há tanto o ponto de vista do príncipe como o do caçador, e não sabemos quem é quem por um longo período de leitura ( o que aumenta a curiosidade cada vez mais). A personalidade deles se parecem no começo, pois os dois de alguma forma (mesmo um sendo caçador e o outro príncipe) têm atitudes parecidas no cotidiano e isso serve para nos deixar ainda mais curiosos e confusos. Afinal, quem é o caçador e o príncipe? Rafe e Kaden ou Kaden e Rafe?
O que a autora quis mostrar nessa obra fora personagens autênticos, que cometem tanto erros como acertos, e ela conseguiu. Como Lia, que embora tenha sido irresponsável ao fugir do casamento arranjado, jamais desistiu de alcançar o que queria – o que é admirável de se ver.
Se você gosta de fantasia e uma pitada de romance leia The Kiss of Deception, pois é um livro que engloba tudo isso e um pouco mais.


Escrito por: Nathalia  



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